
De acordo com o O Globo, ministros da Corte e interlocutores próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) monitoram com atenção os próximos passos. A movimentação ganha ainda mais força no momento em que Barroso deixa a presidência do STF, agora sob comando de Edson Fachin.
Nomes mais fortes na disputa
No centro das especulações, quatro nomes despontam como favoritos. O mais cotado é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado um dos homens de confiança de Lula. Aos 45 anos, Messias reúne perfil técnico e político e poderia permanecer no Supremo por até três décadas.
Outro nome com força é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado de ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Uma eventual indicação de Pacheco agradaria setores do Legislativo e do Judiciário, mas Lula avalia mantê-lo como possível candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, o que poderia postergar sua ida ao STF.
Também estão no radar o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que mantém trânsito político relevante em Brasília e proximidade com o Planalto, e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, que ganhou projeção com sua atuação em pautas de integridade e transparência.
Sinais de uma possível despedida
Embora não tenha oficializado a decisão, Barroso admitiu em evento público que está em processo de reflexão sobre o futuro. “Estou há 12 anos e mais de três meses e posso ficar ainda mais oito anos. É muito difícil deixar o Supremo, que é, para quem gosta do Brasil, tem compromissos com o Brasil, como eu tenho, é um espaço relevante. Mas há outros espaços relevantes na vida brasileira, de modo que eu estou considerando todas as possibilidades, inclusive a de ficar”, declarou.
Nos bastidores, ministros do STF apontam que Barroso vem deixando “sinais sucessivos” de que cogita a aposentadoria antecipada. Entre os indícios citados, estão o aumento no volume de processos relatados por ele e a priorização de julgamentos de temas sensíveis, como o pedido do ex-ministro Marco Aurélio Mello sobre segurança vitalícia para magistrados aposentados.
Com a saída da presidência da Corte e a possibilidade de um retiro espiritual em outubro, Barroso promete tomar uma decisão após “reflexão profunda”, abrindo espaço para uma disputa intensa entre nomes que já circulam nos corredores do Planalto e do Judiciário.