Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento da ação penal envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por participação na trama golpista pode começar até setembro. A estimativa é compartilhada também por integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acreditam que o processo estará pronto dentro do prazo legal. Com informações do Globo.
A expectativa se baseia na conclusão das fases iniciais da ação, que já reúne os requisitos necessários para ser analisada. Um dos fatores que pode acelerar o julgamento é o fato de um dos réus, o general Braga Netto, estar preso, o que impede a suspensão dos prazos durante o recesso do Judiciário.
Na última terça-feira (10), foram concluídos os interrogatórios dos réus, que, segundo ministros do Supremo, ocorreram “sem novidades” e dentro do que era esperado. No entanto, as declarações dos acusados reforçaram os argumentos apresentados na denúncia, segundo avaliação de magistrados e da PGR.
Próxima fase
O processo seguirá agora para a fase das alegações finais, após manifestação das defesas sobre possíveis diligências. Serão concedidos prazos sucessivos de 15 dias: primeiro para o Ministério Público, depois para Mauro Cid, que é réu colaborador, e por fim para os demais acusados.
O
tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em
depoimento ao Supremo Tribunal Federal – Foto: Reprodução
O núcleo 1 da trama inclui, além de Bolsonaro, Mauro Cid e Braga Netto, nomes como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira. Todos são acusados de atuar no centro do planejamento da tentativa de golpe, segundo a denúncia da PGR.
A denúncia foi aceita por unanimidade em março pela Primeira Turma do STF, o que permitiu o início da fase de instrução. Participaram dessa etapa mais de 40 testemunhas, além dos interrogatórios dos réus.