No próximo dia primeiro de maio, quinta-feira, iremos comemorar o Dia Internacional do Trabalhador, uma data celebrada por boa parte do mundo em homenagem a essa classe tão importante para a economia e sociedade em geral. A celebração é para todos os trabalhadores. Porém, vamos aqui direcionar o olhar para aqueles que mais precisam, para aqueles que recebem o mínimo para sobreviver.
No Brasil, por exemplo, apesar dos vários direitos conquistados nas últimas décadas, a classe trabalhadora ainda é deixada de lado pelo poder público do país, com um salário mínimo ainda abaixo do ideal, e carga horária que chega a oito horas diárias por seis dias da semana.
Nos últimos meses, tivemos um debate social bastante acalorado sobre o famoso 6 por 1, a diminuição das horas trabalhadas semanais de 6 dias por semana para 5 dias, ou até mesmo a diminuição para 4. Infelizmente, a proposta de lei da deputada federal Erika Hilton esfriou. E tem tudo para não ser votada tão cedo pelo Congresso Nacional, em Brasília. Uma grande derrota para classe trabalhadora brasileira.
Aqui vai uma crítica, mas também um reconhecimento: o Partido dos Trabalhadores (PT) foi aquele que mais fez pela classe trabalhadora do país desde o ano de 2003 até os dias atuais, conseguindo direitos que antes o trabalhador não tinha com governos anteriores. E exatamente ali foi seu maior feito!
- "Mas, e a crítica?" Indagou a oposição!
Pois bem! Aqui está! Ela vem principalmente dos últimos 10 anos em que a esquerda nacional esqueceu de dialogar com a classe trabalhadora do Brasil. Não fala mais o vocabulário das massas. Deixaram de lado os movimentos sindicais de base e trabalhadores para servir a uma agenda que o indivíduo comum não reconhece no seu dia a dia.
Mas, por outro lado, a esquerda brasileira nasceu nas fábricas de veículos do ABC Paulista e dos sindicatos da grande São Paulo, das lutas de rua por melhores condições de emprego e renda do trabalhador brasileiro. E esse aspecto faz parte do DNA da esquerda nacional.
Dando aqui o devido valor histórico, este dia é comemorado em 1° de maio por conta de uma greve que ocorreu na cidade norte americana de Chicago, para obter melhores condições de trabalho, renda e, principalmente, para a diminuição das horas trabalhadas que duravam por volta de 17 horas diárias, deixando os trabalhadores exaustos. Apesar de importante, a greve deflagrada no ano de 1886 deixou vários feridos e até mortos em confronto com a polícia local, tornando o dia marcado na história da humanidade.
Por fim, analisando a atual sociedade com suas modernidades e tecnologias que dominam a tudo e a todos, o trabalhador tem menos perspectiva de um futuro melhor. Um exemplo disso vem das fábricas ao redor de todo o mundo, em que a tecnologia e máquinas não param de ganhar espaço, deixando de lado mais e mais o trabalhador e a mão de obra humana.
O primeiro de maio é importante também porque levanta algumas perguntas. E a primeira delas é: "A classe trabalhadora ainda tem espaço na sociedade moderna atual? O salário do trabalhador vai conseguir suprir o mínimo para uma família com filhos? E as fábricas, irão continuar mais robotizadas e menos humanas?" São perguntas pertinentes que só o tempo responderá! Mas, elas deixam aqui uma certeza absoluta: a classe trabalhadora mundial corre perigo, e por essa razão a data do dia primeiro de maio é tão importante; ela é o lembrete anual que a base do tecido social não pode ser esquecida.
*escrito por Jeferson Pinheiro Ribeiro Sá, formando em Ciência Social e Política