Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que Jair Bolsonaro pode ter seus bens bloqueados por financiar a permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Com informações de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
O ex-presidente declarou publicamente que está custeando as despesas do filho, que vive no exterior em articulações contra o STF. “Ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior”, disse Bolsonaro.
Segundo o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, parte dos R$ 17 milhões arrecadados anteriormente em campanhas foi destinada a Eduardo. O ex-presidente já teria gastado cerca de R$ 8 milhões desse valor e, de acordo com Machado, o custo de vida nos EUA é elevado. O apoio financeiro, segundo ministros do Supremo, pode configurar participação nos crimes investigados contra o filho.
A Procuradoria-Geral da República pediu que Jair Bolsonaro seja ouvido no inquérito que investiga Eduardo por coação no curso do processo, obstrução de investigações e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.
A justificativa é que Bolsonaro seria “diretamente beneficiado pela conduta descrita” e já teria admitido sustentar o filho em solo americano.
Nos bastidores do Supremo, magistrados avaliam a adoção de medidas cautelares contra o ex-presidente. Entre as possibilidades, está o bloqueio de bens e até a prisão preventiva, caso o avanço das investigações justifique medidas mais duras. Para os ministros, as declarações públicas de Bolsonaro agravam sua posição no inquérito.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, disse em entrevista que está sendo perseguido e comparou sua situação à de exilados políticos. “Quando o pessoal sai de Cuba, sai da Venezuela e sai da Coreia do Norte, acontece isso. Agora querem atingir meus familiares”, afirmou. Ele também tem usado redes sociais para pedir anistia e denunciar o STF.