Ainda com a saúde debilitada, se recuperando de um quadro de pneumonia bilateral, o papa Francisco não ministrou a tradicional missa de Páscoa realizada neste domingo (20) na Praça São Pedro, no Vaticano.
Francisco, que está com 88 anos e deixou o hospital há menos de um mês, fez apenas uma rápido aceno aos milhares de católicos que acompanhavam a celebração, que foi presidida pelo cardeal italiano Angelo Comastri. O pontífice ainda teve dificuldade ao desejar Feliz Páscoa aos católicos.
Comastri leu a homilia que foi escrita pelo papa, que quebrou a tradição, já que a missa pascal não tem o popular "sermão".
O cardeal Comastri acrescentou no final um agradecimento ao Santo Padre, "por este forte convite a despertar a nossa fé em Jesus ressuscitado e vivo, e sempre presente ao nosso lado. Obrigado, Papa Francisco e Feliz Páscoa!".
Até o início da manhã, o Vaticano não havia confirmado a presença e sequer a aparição de Francisco na missa, ressaltando que tudo dependeria das condições de saúde e do clima.
Antes, o Vaticano confirmou que o
papa se reuniu com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance,
meses após criticar a política migratória americana do governo Trump.
Urbi et Órbi
Na Mensagem Urbi et Orbi (para a cidade de Roma e para o mundo), lida pelo Monsenhor Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícia, o papa lançou um apelo para o desarmamento do mundo e exortou os líderes a usaram os recursos da indústria bélica para combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.
"Estas são as 'armas' da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!", escreveu Francisco na mensagem lida no Domingo de Páscoa.
"Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento", disse Francisco.
O papa ainda elencou várias regiões de conflito no mundo definiu como "dramática e ignóbil" a situação humanitária em Gaza.
Em seguida, estendeu os votos de paz a todo o Oriente Médio, de modo especial ao Líbano, à Síria e ao Iêmen. Paz também para o Sul do Cáucaso e aos povos africanos vítimas de violências, especialmente a República Democrática do Congo, o Sudão, o Sudão do Sul, o Chifre da África e a Região dos Grandes Lagos. Na Ásia, o pensamento de Francisco vai a Mianmar, que além do conflito armado sofre com as consequências do terremoto.