A Procissão acontece há 17 anos no dia 2 de agosto, data de falecimento do cantor e compositor Luiz Gonzaga e também Dia da Cultura Nordestina, reunindo sanfoneiros de todas as idades pelas ruas do centro da capital. O marco inicial é na Catedral de Nossa Senhora das Dores, onde acontece a benção das Sanfonas, em seguida, o cortejo musical segue até a frente do Museu do Piauí, encerrando a Procissão com música ao vivo.
O deputado estadual Francisco Limma, autor do projeto de lei, destacou que a cada edição, cresce o número de jovens sanfoneiros que se juntam ao cortejo, comprovando que a sanfona não é apenas um instrumento, mas uma peça fundamental para o futuro da cultura nordestina. Ele citou inclusive, a ligação de Gonzaga com o Piauí.
"Serviu o Exército aqui em Teresina, esteve em apresentação cultural em vários municípios do Piauí. Então, apenas reconhecendo o legado do Luiz Gonzaga para o Piauí, para o Brasil e a importância que tem essa caminhada das sanfonas, digamos, como um evento importante para a cultura piauiense."
Criado em 2009, o evento nasceu do desejo de manter viva a memória do Rei do Baião, e foi idealizada pelo professor e pesquisador Wilson Seraine, junto com Reginaldo Silva, que trabalhou 12 anos com Gonzagão. Wilson comemora que o evento que começou tímido, hoje possui celebrações semelhantes em outras cidades.
"Muitos sanfoneiros, muita gente, não só de Teresina, mas de toda região, inclusive de outros estados, e que tem uma repercussão tão grande que muitos outros municípios, até em outros estados, já começaram a fazer suas procissões: Marcha dos Sanfoneiros, Caminhada dos Sanfoneiros, Procissão dos Sanfoneiros, vários nomes. Isso é muito bacana porque é a repercussão do nosso trabalho e também a divulgação da obra e da vida de Luiz Gonzaga."
Ao longo dos anos, a Procissão das Sanfonas acumulou reconhecimento e prestígio. Em 2021, venceu o Prêmio Profissionais da Música, na categoria “Som na Rua”, e mesmo em 2020, durante a pandemia, não deixou de acontecer, foi adaptada ao formato virtual e prestou homenagens a ícones como a cantora e compositora piauiense Maria da Inglaterra e o multi-instrumentista paraibano Sivuca.