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Nenhuma democracia sobrevive se não pune quem tentou matá-la, diz Lenio Streck

Lenio Streck alerta para o risco de “lei da meia-anistia” e denuncia tentativa de reduzir penas dos condenados pelo 8 de janeiro

Publicada em 04/05/25 às 06:49h - 10 visualizações

Brasil 247


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Nenhuma democracia sobrevive se não pune quem tentou matá-la, diz Lenio Streck
 (Foto: Reprodução)
Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Lenio Streck manifestou preocupação com uma possível articulação política e jurídica para reduzir as penas impostas aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. De acordo com Streck, a proposta de revisão das punições representa um retrocesso histórico e ameaça a consolidação da democracia no país.A entrevista, conduzida por Joaquim de Carvalho, girou em torno da informação divulgada pela GloboNews e por Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, estaria articulando uma proposta legislativa que reduziria penas previstas na Lei do Estado Democrático de Direito. Segundo Streck, essa movimentação ocorre com sinais de anuência por parte de membros do governo federal.

“O Brasil inexoravelmente sempre caminha para esse tipo de negociação. Nós não conseguimos nos livrar do passado, e o nosso passado é conciliador”, afirmou. Para o jurista, a lógica da conciliação histórica brasileira costuma beneficiar setores golpistas e privilegiados, nunca as forças democráticas ou os mais vulneráveis. “Fazer conciliações... Me diga que vantagem há até hoje para os pobres, a esquerda, o campo democrático?”, questionou.

Streck destacou que a tentativa de golpe foi o episódio mais grave desde o AI-5, instituído em 1968. “Esse é o processo mais grave e o episódio político mais relevante dos últimos 60 ou 70 anos. E não pode ficar impune, porque eles darão outro golpe”, advertiu.

O jurista, que participou da elaboração da atual legislação que tipifica o crime de tentativa de golpe de Estado, fez duras críticas à entrevista do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, publicada em O Globo. Segundo Streck, Barroso abriu uma porta perigosa ao mencionar que o Parlamento poderia propor a redução das penas. “Quando ele diz, fala o presidente da Suprema Corte. E quando ele fala, pronto...”, afirmou. “Se até o Supremo admite, se até o presidente [fala], por que o resto não falaria?”

Ao comentar os efeitos práticos de uma possível nova legislação, Streck explicou que, caso seja aprovada, a norma poderá retroagir para beneficiar os condenados. “Todos se beneficiam, porque a lei retroage para beneficiar”, disse. O jurista classificou essa possível mudança como uma “leistia por vias transversas”, ou seja, uma anistia disfarçada de revisão legislativa.

Ele também criticou a tentativa de transformar os envolvidos nos atos golpistas em vítimas. Citou o caso da mulher conhecida como “a golpista do batom” e alertou para o uso das manchetes e da linguagem performática na criação de narrativas públicas que buscam atenuar a gravidade das ações. “Essa narrativa foi perdida. E nesse momento já se consolida um segundo momento que me parece inexorável.”

Sobre o impacto futuro de tal movimento, Streck foi direto: “Nenhuma democracia sobrevive se não pune exemplarmente quem tentou acabar com ela.” Segundo ele, permitir a redução das penas dos executores do golpe, em detrimento de punições mais severas apenas aos mandantes, comprometeria o princípio da responsabilidade igualitária. “Se os executores matarem pessoas, terão pena menor do que aquele que mandou metralhar? Isso é bizarro em termos jurídicos.”

Para Streck, a proposta legislativa em gestação não atende a um interesse técnico ou jurídico legítimo, mas sim a um movimento simbólico e político de recuo. “Estamos discutindo a simbologia do que significa recuar. E a palavra é recuo.”

No encerramento, o jurista reiterou o perigo da omissão diante do crime mais grave possível em uma democracia. “Não foi um arrastão de supermercado. Foi uma tentativa de golpe de Estado, que é a coisa mais grave numa democracia. Essa é a questão.” Assista:




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