O presidente Lula participou de uma reunião com o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, nesta sexta (9) em Moscou. Durante o encontro, o petista defendeu a relação entre os países e criticou o “tarifaço” de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
“As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, joga por terra a grande ideia do livre comércio, joga por terra a grande ideia do fortalecimento do multilateralismo e joga por terra muitas vezes o respeito à soberania dos países que nós temos que ter”, disse o petista.
Lula viajou até Moscou para participar da celebração dos 80 anos do Dia da Vitória, que marca o triunfo das tropas da União Soviética e aliados contra a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. A celebração ocorreu antes da reunião entre eles no Kremlin, segue do governo local.
“Essa minha visita aqui é para estreitar e refazer, com muito mais força, a nossa construção de parceria estratégica. O Brasil tem interesses políticos, interesses comerciais, interesses culturais, interesses científico-tecnológicos com a Rússia. Por seu lado, a Rússia deve ter muitos interesses com o Brasil”, prosseguiu.
A Rússia é um dos maiores exportadores de fertilizantes para o agronegócio brasileiro e, segundo Lula, o fluxo comercial entre os países é na ordem de US$ 12,5 bilhões (cerca de R$ 70 bilhões).
Brasil e Rússia são dois dos fundadores dos BRICS, bloco econômico que também reúne atualmente Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Para o presidente, ele e Putin podem fazer o comércio das nações “crescer muito”.
“Somos duas grandes nações em continentes opostos, fazemos parte do Sul Global e nós temos a chance de, nesse momento histórico, a gente poder fazer com que a nossa relação comercial ela possa crescer muito”, completou.
Lula desembarcou no país na última quarta (7), junto de uma comitiva com ministros e convidados, como o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Ele ficará na Rússia até este sábado (10), quando embarca para Prquim, onde participará do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e terá reunião reservada com o presidente chinês, Xi Jinping.