O evento reuniu representantes dos governos federal e estadual e de movimentos indígenas para debater políticas públicas voltadas às populações indígenas. A Seduc participou ativamente das discussões, especialmente na mesa temática “Programas e Ações Federais e Estaduais para os Povos Indígenas do Piauí”.
“Estamos promovendo mudanças estruturais na Educação Indígena no Piauí. Construímos a primeira escola estadual indígena em Teresina — de tempo integral e com cursos técnicos — e até o próximo ano entregaremos novas unidades em Lagoa de São Francisco e Piripiri. Avançamos muito, mas sabemos que ainda há muito a fazer”, afirmou o secretário Washington Bandeira.
Educação com identidade: o exemplo da Oka Ka Inaminanoko
Um dos marcos dessa nova política é o Ceti Oka Ka Inaminanoko, no
bairro Bela Vista, zona Sul de Teresina. A escola, inaugurada em 2023, é
a primeira do Brasil com um projeto pedagógico voltado exclusivamente
para estudantes indígenas de diversas etnias, como Warao e Guajajara, em
Tempo Integral agregado à Educação Profissional, Técnica e Tecnológica.
Na Oka Ka Inaminanoko, a tradição e a inovação caminham juntas. Os mais
de 50 alunos têm acesso a disciplinas como Inteligência Artificial,
Empreendedorismo, Educação Financeira e aprendem cinco línguas: Warao,
Tupi Guarani, Português, Inglês e Espanhol. A proposta pedagógica
respeita os saberes ancestrais e abre caminhos para que esses jovens
possam também se preparar para o mundo do trabalho — sem deixar sua
identidade para trás.
Além das disciplinas regulares, a escola incentiva o artesanato indígena, transformando talento cultural em possibilidade de geração de renda.
Ninguém fica de fora: Alfabetização e EJA para comunidades indígenas
A política da Seduc vai além da Educação Básica e contempla também jovens e adultos que, por diferentes motivos, não concluíram seus estudos. Com ações de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Governo do Piauí está levando oportunidades a comunidades indígenas de diferentes regiões do estado.
Já são atendidas populações Tabajara Ypi e Tabajara Alongá, em Piripiri; Acroá Gamela, em Uruçuí; e indígenas da etnia Warao, refugiados venezuelanos que vivem em Teresina. “Criamos uma diretoria específica de Educação Escolar Indígena, com representação dos próprios povos, aprovamos um currículo diferenciado para essas escolas no Conselho Estadual de Educação e estruturamos uma nova categoria para os professores indígenas. Tudo isso em diálogo direto com as comunidades tradicionais do nosso estado”, destacou Washington Bandeira.
Educação como ponte entre passado, presente e futuro
Atualmente, mais de 350 estudantes indígenas estão matriculados na rede estadual. As etnias mais representadas são Guajajara, Kariri, Tabajara e Warao. O trabalho desenvolvido pela Seduc no campo da Educação Indígena reforça o compromisso com uma escola que acolhe, representa e respeita — e entende que, para ensinar com qualidade, é preciso ouvir, incluir e valorizar a diversidade.
O Seminário, realizado pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), é parte fundamental desse processo de escuta, articulação e fortalecimento de políticas públicas pensadas para quem mais precisa.