O Brasil acordou nesta quarta-feira (11), com a hashtag “covarde” disparada em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados do X, antigo Twitter. A razão era uma só: o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante interrogatório no âmbito da ação penal em que réu por tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente, que em vários momentos de seu passado recente desancou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, desta vez abaixou a cabeça. Chegou a pedir desculpas por ter acusado o relator da ação de ter tomado milhões em propina.
Não bastasse isso, atacou os próprios apoiadores, chamando-os de “malucos que ficam com aquelas ideias de AI-5, intervenção militar, que as Forças Armadas jamais iam embarcar nessa”.Além disso, em um momento de sabujice, convidou o próprio Moraes para ser seu vice em 2026. O fato foi tratado pelo seu filho, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, como uma “piada” e pelo neto de ditador Paulo Figueiredo como “estratégia”.
Repercussão negativaA repercussão nas redes foi estrondosa. Logo após o depoimento, a hashtag “frouxo” foi para primeiro nos TTs. Segundo levantamento da consultoria Arquimedes, encomendado pelo jornal O GLOBO, 65% das menções foram negativas.
O mapeamento diz que só ontem foram registradas 350 mil menções a Bolsonaro. Apenas 14% das menções foram positivas. A tônica predominante nas plataformas foi a ironia. Um dos momentos mais compartilhados foi quando o ex-presidente pediu desculpas ao ministro-relator pelas declarações sobre corrupção.
De cabeça baixa, ao ser perguntado por Moraes "quais eram os indícios que o senhor tinha que nós estaríamos levando U$S 50 milhões, U$S 30 milhões?", Bolsonaro afirmou:
“Não tem indícios nenhum, senhor ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada. Um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fosse outros três ocupando teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores três", respondeu Bolsonaro.”
No final das contas, como cereja do bolo, ao ser perguntado por que não passou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições, ele disse:
"Eu não iria me submeter a maior vaia da história do Brasil."