Pela primeira vez, o BRICS – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – aprovou uma iniciativa conjunta especificamente dedicada às PMEs. O plano estabelece diretrizes para fortalecer a capacitação tecnológica, fomentar a digitalização e ampliar o acesso à inteligência artificial entre os pequenos empreendedores dos países-membros. A declaração final do evento também enfatizou a importância da reindustrialização sustentável e da inclusão produtiva.
“O caminho é mais multilateralismo, mais comércio, o caminho é diálogo. Isso é o que se exercitou hoje o dia todo”, afirmou o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. “Se discutiu o apoio às pequenas empresas, o acesso delas à inteligência artificial, à digitalização. Enfim, foi uma reunião proveitosa”, avaliou.
Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, destacou a criação de um grupo de trabalho para dar continuidade às ações entre os países do bloco. “A criação deste grupo de trabalho no âmbito da nova revolução industrial é um marco estratégico que nos permitirá ampliar o intercâmbio de experiências em torno da economia global”, disse.
Segundo o gerente da Assessoria Internacional do Sebrae, Vinícius Lages, a ênfase nas pequenas e médias empresas representa um avanço estratégico. “O que se busca é inovar, ter empregos, uma transição justa. A gente está vivendo um conjunto de desafios geopolíticos e econômicos mundiais. Os pequenos negócios são a maioria dos agentes econômicos dentro do BRICS, no ponto de vista de números”, afirmou.
Para Lages, a inclusão das PMEs na pauta do BRICS é fundamental diante dos desafios globais. “Os pequenos negócios estão dentro dessa categoria, de uma base da pirâmide social. Estamos, portanto, considerando que foi um avanço muito grande a integração dessa nossa pauta na reunião do BRICS”, concluiu.
Durante a reunião, também foi anunciado o lançamento do Hub de Conhecimento de Startups e o Fórum de Alto Nível sobre Inteligência Artificial, desenvolvido em parceria com a China. A agenda conjunta contempla ações ligadas à economia circular, ao ecodesign, à eficiência energética e ao uso sustentável dos recursos naturais — temas considerados prioritários na transição para uma nova era industrial mais verde e inclusiva.