O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, neste sábado (24), da cerimônia de lançamento do programa Solo Vivo no assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (MT). O evento contou com a presença dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Renan Filho (Transportes), marcando o início de um projeto que investirá R$ 42,8 milhões na recuperação de solos degradados e no fortalecimento da agricultura familiar no estado.
Durante a solenidade, além do anúncio do novo programa, foram realizadas entregas significativas para as comunidades rurais. O Incra concedeu títulos de terra a 78 famílias assentadas em Campo Verde e Guiratinga, regularizando uma área total de 1.764 hectares.
Paralelamente, o governo distribuiu máquinas agrícolas para 38 municípios mato-grossenses através de parceria com a UFMT, como parte do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq).
Em sua fala, o presidente ressaltou que essas iniciativas “não são um favores do governo federal para o governo estadual”, comandado por Mauro Mendes (União Brasil). “Isso é obrigação dos entes federados de trabalhem juntos para que a gente possa oferecer, ao povo brasileiro, melhor qualidade de vida”, disse Lula.
O petista também destacou a importância de aferir igualdade de equipamentos agrários aos pequenos produtores para que eles possam produzir “em pé de igualdade com os grandes produtores”.
“Quando você levar a tecnologia dos grandes produtores aos pequenos, eles terão a chance de produzir a mesma quantidade e com muito mais amor, porque não estão pensando apenas em vender, mas em coisa para comer também”, emendou.
O programa Solo Vivo surge como uma iniciativa estratégica do Ministério da Agricultura em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado (Fetagri-MT).
Na fase piloto, atenderá entre 800 e 1.000 famílias em dez assentamentos distribuídos por municípios como Campo Verde, Alto Araguaia, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos.
“Essa é uma iniciativa muito robusta, com o propósito de recuperar áreas degradadas, fortalecer a agricultura e elevar a competitividade dos nossos produtores”, destacou Carlos Fávaro. O programa combina diagnóstico técnico do solo, capacitação de agricultores e um sistema digital de monitoramento que permite acompanhar em tempo real as ações de recuperação.
A metodologia do Solo Vivo inclui coleta e análise de amostras de solo pelo IFMT, curso de capacitação online que já conta com 180 inscritos, e acompanhamento por equipe técnica especializada em ciência do solo e sustentabilidade.
O objetivo é devolver a fertilidade às terras degradadas, aumentando a produtividade e garantindo melhores condições de vida para as famílias agricultoras.
Mato Grosso foi escolhido como estado piloto do projeto devido à sua importância agrícola e à necessidade de recuperação de áreas degradadas. A expectativa é que, após essa fase inicial, o programa possa ser expandido para outras regiões do país, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar brasileira.