O presidente deu essa declaração durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil/França, em Paris. Lula voltou ao assunto um dia após se reunir com o presidente francês, Emannuel Macron, a quem pediu que “abrisse o coração” para aprovar o acordo com o bloco da América do Sul.
Ao falar da questão ambiental, Lula se dirigiu aos franceses para dizer que os países desenvolvidos têm uma dívida com aqueles em desenvolvimento, para a transição energética e proteção ambiental.
Os países que têm florestas são, quase todos, pobres. América do Sul tem uma Amazônia envolvendo vários países. A Indonésia e o Congo. E, depois, os países mais ricos têm que compreender que eles têm um passivo histórico. Como eles começaram uma industrialização há muito mais tempo, eles emitiram gás do efeito estufa há muito mais tempo. Então, eles têm que pagar esse contencioso. Vocês já tiraram proveito de poluir o planeta. Vocês já criaram o estado de bem-estar social. E nós que ainda não criamos nada?”
Diante de executivos franceses e brasileiros, o presidente Lula disse ainda ser contra uma guerra fria e que quer relações comerciais tanto com os Estados Unidos quanto com a China. Ele também mencionou o certificado de reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação, recebido em Paris horas antes. E voltou a criticar a governança da ONU, cujas decisões - segundo o presidente - não são eficazes e nem respeitadas.
Na próxima semana, Lula participa da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice, também na França. Cerca de 100 chefes de Estado e governo, além de cientistas e integrantes da sociedade civil se reúnem no evento, que começa na próxima segunda-feira.