O jornalista Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sugeriu que o processo da trama golpista, que tem como principal alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, está avançando rapidamente por influência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele aponta que o caso está diretamente ligado às eleições de 2026.
“A velocidade no processo para prender Bolsonaro tem nome e sobrenome: Tarcísio de Freitas. Os defensores de Tarcísio sabem que precisam prender Bolsonaro antes de abril para exigir a rendição a tempo de Tarcísio desincompatibilizar”, escreveu no X.
Ele ainda provocou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e questionou se ele classificaria a ação como “fogo amigo”.
Tarcísio é criticado por uma ala de bolsonaristas próxima de Eduardo por sua “complacência” em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, com quem tem uma boa relação. O tema tem sido discutido nos bastidores e o governador alega que está tentando melhorar a situação do ex-presidente na Corte.
Ele é um dos cotados para se candidatar à Presidência em 2026 e disputa o posto de sucessor de Bolsonaro com Eduardo e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A esposa e o filho do presidente são os favoritos por bolsonaristas na disputa, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta (5).
Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é réu pela trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). Se for condenado no processo, pode ficar por mais de 40 anos na prisão.
Apesar de não ser o favorito do padrinho político, Tarcísio diz que só irá lançar seu nome se tiver aval de Bolsonaro e não irá ser candidato contra a chapa escolhida por ele.