Segundo ele, a potência asiática já vinha se preparando para o agravamento da relação com os EUA e, por isso, conseguiu reagir ao tarifaço de Donald Trump, que qualificou como “um imposto indireto que aumenta a inflação e reduz o salário real”. “As cadeias de suprimentos se deslocaram para fora dos Estados Unidos, e a China deu uma resposta sólida e estratégica”, afirmou.Paulo Nogueira destacou ainda que a China surge como contraponto a um Ocidente em declínio, especialmente diante da crise de credibilidade de democracias como as da Europa e dos EUA. “Nos Estados Unidos há mais uma plutocracia do que uma democracia, que virou uma caquistocracia — um regime que elege os piores. O Congresso lá é comprado”, criticou. Ele também apontou a reação da imprensa brasileira e de setores da elite intelectual como “ridícula” ao julgarem outros países pelo regime político. “Desde quando vamos nos pautar em relação a outros países em razão do regime político deles? A democracia europeia está fortemente abalada pela maneira como tratam os protestos diante do genocídio em Gaza. E Trump ameaça diretamente a democracia americana.”
O
economista ressaltou ainda que “a era do predomínio ocidental acabou” e
defendeu que o Brasil se posicione claramente como parte do Sul Global,
bloco que representa 85% da população mundial. “Devemos pensar: qual é o
nosso lugar no mundo? Somos o Ocidente coletivo ou um país em
desenvolvimento?”, provocou. “O Brasil é um dos gigantes do mundo, mas o
viralatismo da mídia é chocante.” Assista: