A boa notícia é a diminuição dos focos de queimadas nos primeiros meses deste ano. Entre janeiro e abril, houve uma redução de até 70% nos focos de calor da Amazônia e de mais de 90% nos focos de calor no Pantanal, os dois biomas mais castigados nos últimos anos. Em comparação, no ano passado, os incêndios florestais devastaram mais de 30 milhões de hectares em todo o Brasil — uma área equivalente ao tamanho da Itália; superando em 79% o tamanho da área devastada por incêndios em 2023.
Além das queimadas criminosas, na avaliação de técnicos do governo federal, o quadro foi agravado pela seca extrema que afetou o país nos últimos dois anos, especialmente na região Norte.
Mas onde não há fumaça, não significa que não estejam ocorrendo crimes ambientais contra a flora e a fauna. Enquanto os incêndios tiveram uma queda brusca, os dados sobre desmatamento não caíram na mesma velocidade, pelo menos em relação a Floresta Amazônica. Segundo dados do Inpe apresentados nessa quinta-feira, o mês de abril teve aumento de 55% nos alertas de desmatamento florestal em comparação com abril de 2024; e o acumulado entre agosto do ano passado e abril deste ano apontam uma queda de apenas 5% no desmatamento na Amazônia. Ainda de acordo com o Inpe, a maior parte dos alertas de desmatamento recentes ocorreram em áreas do Amazonas, Mato Grosso e Pará.
No Cerrado, o monitoramento em tempo real do Instituto também identificou aumento nos alertas de desmatamento em abril, de 26%. Já no Pantanal, foi verificada queda de 77% nesses alertas em abril, com nenhum foco de incêndio registrado.