O suspeito de planejar um atentado durante um show da cantora Lady Gaga no Rio de Janeiro, voltou a ser preso no bairro Rondônia, na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, na manhã desta segunda-feira (5). O homem, de 49 anos, não teve o nome divulgado, e a detenção foi realizada pela Polícia Civil da cidade após o cumprimento de um mandado de prisão preventiva.
A prisão foi decretada no domingo (4), pela juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), que justificou a medida pela gravidade do caso. O suspeito é investigado por terrorismo, atentado e discurso de ódio, além de ser acusado de posse ilegal de três armas de fogo. Ele passará por audiência de custódia enquanto a Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro segue com as investigações.
O homem havia sido preso em flagrante no sábado (3), no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência. A polícia encontrou armas de fogo, mas o suspeito foi solto após pagar fiança, e não compareceu à audiência de custódia. Os policiais acreditam que ele foi um dos principais articuladores do atentado planejado para o show de Lady Gaga.
A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima ao disque denúncia, que revelou um plano de atentado no evento. O ataque, que envolveria o uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov, tinha como alvo principal crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+ presente no show, e fazia parte de um “desafio coletivo” para obter notoriedade nas redes sociais.
De acordo com as investigações, nove pessoas estavam envolvidas no complô, sendo três delas do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Justiça, coordenou a operação que cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos. Além de mandados cumpridos no Rio de Janeiro e em várias cidades de São Paulo, a operação também ocorreu em Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso.
A investigação também revelou que o grupo atuava na internet, recrutando jovens para divulgar discursos de ódio, automutilação, pedofilia e outros conteúdos violentos. Durante a operação, um adolescente foi apreendido no Rio de Janeiro por armazenar pornografia infantil.
A operação, nomeada “Fake Monster”, faz referência ao apelido dado aos fãs de Lady Gaga, conhecidos como “little monsters”. O objetivo da operação foi desmantelar o complô terrorista e combater a disseminação de discursos extremistas nas redes sociais, prevenindo tragédias como a planejada para o show da artista. A Polícia Civil segue apurando os detalhes da rede extremista e agindo para desarticular futuros ataques.