Donald Trump está sendo duramente criticado nas redes às vésperas do conclave que elegerá o novo papa. Na sexta-feira (2), o ex-presidente dos Estados Unidos publicou em sua rede Truth Social uma imagem em que aparece vestido como o pontífice, em uma clara tentativa de se associar à autoridade religiosa da Igreja Católica. A imagem, com 99,9% de chance de ter sido gerada por inteligência artificial, segundo a ferramenta Hive Portal, também foi repostada no perfil oficial da Casa Branca no Instagram — o que agravou ainda mais a repercussão negativa.
A imagem mostra Trump sentado em uma poltrona, vestindo batina branca, mitra e uma imponente cruz de ouro, em pose papal, com o dedo indicador apontando para o céu. Sem qualquer legenda, a publicação surgiu dias após o republicano afirmar a jornalistas que gostaria de ocupar o posto deixado pelo papa Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos. “Eu gostaria de ser papa. Seria a minha primeira escolha”, disse Trump.
A repercussão nas redes sociais foi imediata — e majoritariamente negativa. “Inapropriado, insensível e desrespeitoso”, comentou um usuário do Instagram. Outra seguidora foi mais incisiva: “Esta imagem não é engraçada. Não é sátira. E não é inofensiva. Donald Trump vestido como papa é uma construção visual intencional, feita para projetar divindade, autoridade moral e poder absoluto.”
Comentário de usuário no X. Foto: Reprodução
A decisão de compartilhar a imagem no perfil oficial da Casa Branca gerou ainda mais indignação. Críticos questionaram como uma conta institucional do governo poderia legitimar algo que fere diretamente a sensibilidade religiosa. “Como representação dos Estados Unidos, ela não deveria zombar de nenhuma religião — muito menos daquela que eles afirmam ter trazido de volta à Casa Branca”, escreveu uma usuária, que ainda acrescentou: “Jesus não está na Casa Branca. Judas Iscariotes está. Que vergonha inacreditável.”
Comentário de usuário no X. Foto: Reprodução
Enquanto o conclave se aproxima e o mundo católico vive um momento de luto e expectativa, Trump transforma a sucessão papal em palco para autopromoção e simbolismo ególatra, alimentando a narrativa de que, para ele, não há limites entre fé, poder e espetáculo político.